terça-feira, setembro 15, 2009

Nada

Gosto sempre de pensar neste espaço como um cantinho para dividir, escrever, refletir e receber impressões. O problema é que tenho tanto preconceito contra o que eu mesma sinto, penso, escrevo e desejo, que acabo nunca publicando as coisas que até me parecem legais. É claro que não devo mais nem ter "leitores" a esta altura, rs; já ouvi mais de uma vez que pararam de visitar o blog porque nunca havia novidades... por isso peço desculpas.

Recentemente li um livro que gostei mais do que imaginava, apesar da leitura ter sido obrigatória. Aliás, já tive tantas surpresas mesmo com as obrigações ou em dias que não havia nada de diferente aparentemente previsto, e acho isso o máximo. O previsível muitas vezes guarda surpresas tão especiais... (surpresas mórbidas tb, mas deixa pra depois).

Voltando ao livro, chama-se "Nada", e seu enredo sensível e obscuro é surpreendente. Além disso, me possibilitou responder várias vezes "Nada", quando, ao me ver lendo, alguém me perguntava o que era. rs! Deixo um trecho abaixo, e prometo visitar mais este cantinho. ;-)

O banheiro parecia uma casa mal-assombrada. As paredes escurecidas conservavam o rastro de mãos crispadas, de gritos de desespero. Por toda parte as lascaduras abriam bocas desdentadas babando umidade. Acima do espelho, porque não cabia em outro lugar, tinham pendurado uma macabra natureza-morta com peixes olhudos e pálidos e cebolas contra um fundo preto. A loucura sorria nas torneiras retorcidas.
(Nada, Carmen Laforet)

2 Comentários:

Anonymous Rolf disse...

Esse livro é um hino!!!! E ve se passa mais por aqui mesmo!!

9/16/2009 11:36:00 da tarde  
Blogger Joana Ana disse...

Valeu pela força de sempre, Rolf. Como vc sabe, metade da minha força é sua.

9/19/2009 10:56:00 da manhã  

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